Linha do Tempo


Três décadas e meia de uma faculdade de comunicação é muito e pouco tempo,  dependendo do ângulo que se olhe. Muito para o indivíduo. Pouco na régua do tempo social. Ainda mais em se tratando de um campo de conhecimento em intenso e rápido movimento, em um mundo movido cada vez mais pelas ondas da inovação tecnológica. Assim foi nos últimos 35 anos: de uma hora para outra, o mecânico virou digital; o real, virtual, com mensagens agora pulsando velozmente em bits. Distâncias e fronteiras foram redesenhadas. A comunicação ganhou status de mediadora central na vida das pessoas, em suas várias facetas: social, cultural, econômica, lúdica, política e afetiva.

Já a Amazônia, nestes 35 anos, continuou periférica, geopoliticamente falando, porém, por meio das novas tecnologias, virou palco de grandes questões que mobilizam olhares e lentes do mundo. Como sempre, porém, muito mais de “lá pra cá” do que de “cá pra lá”. Mas por vezes é possível inverter esse fluxo de informações, antes unidirecional.
Movimentos populares da Amazônia, quem diria, conseguem hoje mobilizar gente do mundo todo via cyberativismo: meio milhão de assinaturas contra a construção de mais uma obra de impacto planejada por poucos. A lógica do desenvolvimento não mudou, talvez só alguns métodos. Tampouco mudou a postura da imprensa local, que pouco debate as questões regionais e, na sua omissão, faz com que se reproduzam velhos mitos e estereótipos disseminados desde sempre pela grande mídia nacional.

35 anos de comunicação. Muita coisa pra pensar e repensar, mostrar, rever e debater.